Sintetizadores e Controladores
Os sintetizadores são geralmente equipados com um teclado que é utilizado para introduzir notas e a intensidade com que são tocadas. No entanto, os sons podem ser modulados de várias outras formas—como a alteração da afinação, o vibrato e a modulação de timbre—e são necessários dispositivos específicos para possibilitar esse tipo de controlo. Embora as funções de velocidade e aftertouch do teclado possam ser usadas para este fim, iremos focar-nos nos controladores externos—ou seja, dispositivos que não fazem parte do teclado.
Os controladores externos mais populares são, sem dúvida, os pedais de pés, que se dividem em pedais de interruptor e pedais de expressão. O pedal de interruptor é semelhante ao pedal de sustain de um piano e é utilizado para controlar a função de sustain. Nesta categoria de produtos, os populares Yamaha FC4 e FC5 estão disponíveis há mais de três décadas, enquanto o FC3, lançado mais recentemente, suporta a técnica de meio-pedal, semelhante à aplicação parcial do pedal de sustain de um piano.
Passando para os pedais de expressão, o Yamaha FC7 tem sido há muito tempo um favorito entre os músicos. Este pedal liga-se à entrada de Foot Controller de um sintetizador através de um jack estéreo, mas o modelo irmão—o FC9—também funcionava como um pedal de volume, permitindo a ligação direta à saída estéreo (linha) do sintetizador. Na prática, contudo, o FC9 não era frequentemente utilizado para esse fim, pelo que foi descontinuado em favor do FC7.
Além da sua função padrão, o pedal de expressão FC7 oferece duas funções únicas da Yamaha. A primeira é conhecida como "fortíssimo". Com esta função, o pedal pode voltar automaticamente à posição padrão—uma posição ajustável com uma mola que pode ser configurada até um máximo de 10° através de um parafuso na base. O pedal pode ser colocado em qualquer ponto entre a posição totalmente elevada e a posição padrão indicada no diagrama, e geralmente permanecerá nessa posição até ser movido. Contudo, se o pedal for operado dentro do alcance da mola, ele voltará automaticamente à posição padrão quando for solto. Esta função útil permite definir um nível básico de volume ou filtro (correspondente à posição padrão) para a maior parte da performance, enquanto possibilita, quando necessário, criar sons mais fortes (fortíssimo) para uma expressão adicional. A segunda função exclusiva permite ajustar a inclinação do pedal, o que é essencial, pois o ângulo do pé varia se estiver a tocar em pé ou sentado. Com o seu design característico da Yamaha, este pedal utiliza o conhecimento desenvolvido para o Electone e aplica-o de forma eficaz num único dispositivo.
Não poderíamos falar sobre controladores sem mencionar os controladores de sopro usados com geradores de sons acústicos virtuais (VA) como o VL1 e o VP1. Um controlador de sopro é um dispositivo que detecta a intensidade com que se sopra sobre ele e, em resposta, modula o volume ou a configuração do filtro, de forma semelhante a um pedal FC7, por exemplo. A Yamaha lançou o seu primeiro controlador de sopro no início dos anos oitenta com o BC1, que era recomendado como acessório para o sintetizador CS01. Tornou-se muito popular em todo o mundo pela forma como permitia que instrumentos de teclado fossem tocados como se fossem instrumentos de sopro. Posteriormente, lançámos o BC2, do tipo headset, que libertava as duas mãos do músico. Com a chegada do VL1 e do VP1, no entanto, o controlador de sopro precisava detectar nuances extremamente delicadas no controlo da respiração com muito mais frequência, e criámos o BC3, com uma sensibilidade muito maior, para responder a essa necessidade. Embora a nossa linha de produtos atual não inclua um controlador de sopro, não é difícil perceber como este notável dispositivo se tornou o terceiro tipo mais importante de controlo, após o teclado (mãos) e o pedal (pés).
Nos parágrafos anteriores, foram analisados dispositivos para controlar sintetizadores como se fossem instrumentos de teclado, mas existe uma variedade de outros controladores que podem ser usados em vez do teclado para especificar as notas a serem tocadas—um exemplo perfeito é a nossa série WX de controladores MIDI para instrumentos de sopro. Essencialmente, um controlador de sopro equipado com chaves semelhantes às de um instrumento de sopro, este tipo de dispositivo permite especificar as notas usando técnicas de dedilhação semelhantes às do saxofone ou da flauta. Além de possibilitar a reprodução das nuances delicadas de um instrumento acústico, estes controladores são frequentemente usados por saxofonistas e outros músicos de instrumentos de sopro. A Série WX também tem uma longa e orgulhosa história, com o primeiro modelo—o WX7—sendo lançado em 1987. O WX11 foi lançado um ano depois, seguido pelo WX5 uma década depois, em 1998.
Outro tipo de controlador muito popular é o sintetizador de guitarra com a forma clássica. No entanto, com os controladores de guitarra Yamaha G10 e G10C, adotámos uma abordagem ligeiramente diferente dos outros fabricantes de instrumentos. Notáveis pelos seus designs futuristas marcantes, estes controladores estão equipados com seis cordas de uma guitarra elétrica e detetam a afinação com base na vibração dessas cordas a uma frequência elevada de 500 KHz.
Apesar da natureza inovadora da tecnologia aplicada no desenvolvimento destes controladores, eles tinham uma sensação ligeiramente diferente das guitarras reais quando tocados, pois todas as cordas eram feitas do mesmo material. Por esta razão, os guitarristas preferiram continuar a tocar nos seus próprios instrumentos, e o G10 e o G10C não conseguiram conquistar a sua imaginação. No modelo seguinte, o G50, passámos a utilizar controladores do tipo captador e conversor que podem ser fixados a guitarras convencionais. Embora também já não faça parte da linha de produtos da Yamaha, o controlador do tipo guitarra desempenhou, sem dúvida, um papel importante na introdução dos guitarristas aos sons emocionantes dos sintetizadores.
