2as Maiores – à conversa com Pedro Serralheiro

Yamaha: Como foi o teu primeiro contacto com a música?
Pedro Serralheiro: Comecei a ter aulas de bateria aos 6 anos de idade e, aos 12, tive um professor de música que me pôs a tocar na banda da escola onde, depois de alguns anos a tocar covers, surgiu a primeira banda de originais que tive - Capitão Ortense.

Yamaha: Quais são as tuas maiores influências na música?
Pedro Serralheiro: Larnel Lewis, Steve Jordan, Dave Weckl e Benny Greb.

Yamaha: Qual foi o professor que mais te influenciou, há algum conselho ou conhecimento que continuas a transmitir?
Pedro Serralheiro: Um dos bateristas que mais me marcou naquela altura em que ainda não sabia se queria ser baterista profissional, foi o Benny Greb, pela sua maneira de tocar e pelos seus livros. Entre eles, o "Language of drumming". A partir daí, comecei a ver os rudimentos de outra maneira e a saber aplicá-los de uma forma mais musical. Ou seja, pegava num rudimento qualquer e isolava uma das mãos para interiorizar a clave que cada mão estava a fazer. Isso ajudava a desenvolver não só a minha técnica geral, mas também a musicalidade com que aplicava um rudimento na bateria. A certa altura, fazia o processo contrário, criava uma clave qualquer com a mão direita, completava o sticking de semi-colheias com as notas que faltavam na mão esquerda e obtinha um rudimento novo e com um som diferente. De seguida, executo o mesmo rudimento colocando a clave na outra mão; depois tento dividir a clave pelas duas mãos, executando metade com uma mão e metade com outra. Deste modo, surgem tantos rudimentos novos que, a certa altura, começam a surgir naturalmente e de uma forma mais musical, stickings, patterns e grooves em função do som que procuramos em cada uma das mãos, sem estarmos a racionalizar o sticking que se está a fazer. Para mim, esta abordagem desbloqueou uma série de barreiras técnicas e musicais que me estavam a fazer sentir estagnado no instrumento e facilitou muito na aprendizagem de ritmos afro-cubanos.

Yamaha: Que importância tem a música na tua vida?
Pedro Serralheiro: A música e as aulas de música são o meu trabalho. Fazer música dá-me a adrenalina e o desafio de construir, interpretar ou recriar ideias musicais de forma a conseguir transmitir algo às pessoas, seja em contexto de concerto ao vivo, de estúdio, ou até mesmo em contexto de sala de aula com os alunos.

Yamaha: Fala-nos um pouco dos teus projetos atuais?
Pedro Serralheiro: Neste momento estou a tocar com: Virgul, Mimicat, Afonso Dubraz, Da chick, Mimicat, Bizu Coolective e Gente Nossa . Para além disso, nos últimos anos tenho feito trabalhos de freelancer onde passei por artistas como Ana Moura, Nenny, Plutónio, Soraia Ramos, Lura, Julinho KSD, Dee Jay Telio, Nelson Freitas, Supa Squad, Ivo Lucas, entre outros.

Yamaha: Podes falar-nos um pouco sobre o material que estás a usar e porque escolheste Yamaha?
Pedro Serralheiro: Podes falar-nos um pouco sobre o material que estás a usar e porque escolheste Yamaha (Line6 e/ouAmpeg)? A Yamaha 9000 foi a primeira bateria de sonho onde me sentei em criança. Desde então, foi sempre uma referência e uma ambição para mim. Desde que comprei a minha Yamaha Live Custom em 2022, fiquei rendido ao seu som e à qualidade dos seus componentes. Entretanto, adquiri também uma Yamaha Stage Custom Hip para contextos mais pequenos e, sem dúvida, é um kit excelente pelo preço, portabilidade e qualidade de som.

Yamaha: Alguma mensagem final para os jovens músicos?
Pedro Serralheiro: Para se viver da música é preciso muita dedicação, vontade de aprender, pré-disposição para novas linguagens e novos projetos. É preciso entrega no momento da performance e respeito por quem partilha a música connosco. Se conseguirmos isso, conseguimos crescer, evoluir tecnicamente e também transmitir a nossa paixão a quem nos rodeia. Na realidade que se vive, não é fácil viver da música, mas acredito que, com estes princípios, o sucesso será apenas uma questão de tempo.

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