À conversa com Máximo Klyetsun
Yamaha: Máximo, obrigado por uma vez mais aceitares o nosso convite para esta entrevista. Começaríamos por aqui mesmo, o que tens feito nestes dois anos que foram tão atípicos? Máximo Klyetsun: Para mim é uma honra participar nesta entrevista. Neste dois anos atípicos, participei em festivais e ganhei muitos concursos internacionais desde Nova York, Moscovo, Hong Kong, Estocolmo, Paris, Ibiza, Finlândia, Bósnia-Herzegovina, Itália, Mongólia, Espanha, Portugal, tendo conseguido viajar pelo mundo sem sair de casa. Aprendi com a minha mãe a fazer gravações para concursos, concertos e masterclasses online, que foi extremamente útil para continuar a levar música até todas as pessoas. Apesar da maior parte dos concursos serem online, continuei a participar e a vencer em concursos presenciais, como o Concurso Internacional de Oeiras, o Concurso Internacional Santa Cecília, o Concurso Internacional de Música Terras de Santiago e o Concurso Internacional de Piano de Ibiza, que voltarei em 2023 como participante e jurado. Na minha opinião nenhum concurso online consegue substituir um concurso presencial, já que ao vivo é possível transmitir a energia mágica que não é possível online. Resumindo, estes dois anos correram bem com grandes conquistas e sucessos.
Yamaha: Mais uma brilhante vitória este ano em junho na Categoria D na 4ª Edição do Concurso de Piano de Oeiras. Qual foi para ti a importância deste prémio? Máximo Klyetsun: Para mim este prémio representa acima de tudo a oportunidade de poder tocar para o público nos recitais na Casa da Música, no Centro Cultural de Coimbra e no Centro Cultural de Belém, tocar em alguns dos melhores palcos de Portugal. É ainda de referir que o meu professor fazia anos nesta altura e foi uma forma de o felicitr.
Yamaha: Não sendo a música uma competição, que importância atribuis a este tipo de concursos para os jovens emergentes? Máximo Klyetsun: Eu acho que os concursos são muito importantes para todos os jovens, para poderem mostrar todo o trabalho feito por eles, para conhecerem novas pessoas e pelo convívio. Também é uma forma de aprendizagem, ou seja, ao ouvirmos os outros, aprendemos sempre algo que nos possa ajudar, e acaba por ser uma forma de motivação para querer melhorar, para tocar ainda melhor. Para finalizar, acho que os concursos têm um papel importante para dar confiança a jovens pianistas e abrir caminhos para o seu futuro.
Yamaha: Como são os teus ritmos diários e em que conservatório estás a estudar atualmente? Máximo Klyetsun: Eu estudo no Conservatório de Música Bomfim no ensino artístico articulado, concluí o sexto grau, décimo ano. Por norma, em horário escolar, eu não tenho muito tempo para tocar mas consigo tocar entre 2 a 4 horas por dia, conciliando com a escola. Em tempo de férias, como tenho mais tempo, toco entre 4 a 6 horas por dia, ajudo em casa, pratico desporto e saio com os amigos.
Yamaha: Como surgiu a tua entrada no Conservatório Bonfim e porquê o piano como instrumento? Máximo Klyetsun: Eu tinha um piano em casa desde pequeno e ouvia a minha irmã a tocar nele. Comecei a apaixonar-me pelo piano, pelo som que produz, pode ser monumental e imitar uma orquestra e também totalmente oposto ao produzir sons isolados, mais sensíveis e calmos. Aos seis anos de idade fomos fazer prova ao Conservatório e entrei com melhor nota, estou lá há dez anos e representa a minha segunda casa.
Yamaha: Qual foi o professor que mais te influenciou, há algum conselho ou conhecimento que gostarias de partilhar connosco? Máximo Klyetsun: Ao longo de toda a minha vida gostei de todos os meus professores, desde a minha primeira professora Patrícia Ventura até agora com a professora Maria Hoffman, que está sempre positiva e acredita sempre em mim, e com professor Marian Pivka que ensina de forma diferente, muito profundo, com várias histórias sobre compositores, sobre a música e mais importante, a forma como ele trabalha seriamente o som que sai do piano, ou seja, para ser sempre um som mágico, dá sempre valor à minha personalidade. Quero agradecer aos meus professores por tudo que eles me ensinaram e irão ensinar no futuro. O conselho que eu gostaria de partilhar é o seguinte: ao tocar, devemos sempre transmitir o que o compositor quer, mas com a nossa personalidade e individualidade formando um ambiente absolutamente mágico.
Yamaha: Quais são os teus projetos para o futuro? Máximo Klyetsun: Para o futuro próximo tenho que preparar os recitais na Casa da Música, no Centro Cultural e Coimbra, no Centro Cultural de Belém e no Festival de Piano de Ibiza e ter a experiência de ser júri no concurso. Para o futuro mais longínquo entrar na Universidade, participar e ganhar concursos, dar concertos em grandes salas mundiais e espero conseguir o título de Yamaha Artist. Só para concluir, o sonho que tenho desde pequeno, que manterei até o concretizar, é ser o melhor pianista do mundo.
Yamaha: Falando de pianos, durante o 4º Concurso de Piano de Oeiras tiveste oportunidade de tocar no piano de concerto Yamaha CFX. Já conhecias este modelo? Quais foram as sensações a tocar neste piano? Máximo Klyetsun: Já conhecia o modelo, mas nunca tinha experimentado. As sensações que tiro do Yamaha CFX é que é muito poderoso, com muito bom som, mecânica muito boa. É sempre muito bom ter um piano que dá para controlar e criar cores enquanto tocamos e este modelo é muito bom para se poder criar cores diferentes.
Yamaha: Gostarias de deixar alguma mensagem final? Máximo Klyetsun: Desfrutem de música, enquanto tocam e enquanto ouvem, sigam sempre os sonhos, aproveitem sempre da vossa vida e sejam gratos aos familiares, professores e amigos. Make your choice, make waves!!!
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