À conversa com Edgar Cantante

Foto por: Jorge Velez

Nos dias 1 e 2 de Abril decorre a segunda parte do Óbidos Clarinete Fest 2022 na Academia de Música de Óbidos. Aproveitamos esta ocasião para conversar com o diretor artístico, o Prof. Edgar Cantante. Falamos do concurso, da carreira do prof. Edgar Cantante, sobre a música, e claro, sobre o clarinete.

Yamaha: Está a decorrer mais um Óbidos Clarinete Fest, como descreve este evento?
Edgar Cantante: Trata-se de um evento bastante eclético, transversal, plural e inclusivo. Só desta forma conseguimos ter participantes de norte a sul do país, de várias faixas etárias e de todos os níveis académicos. É um evento que, atualmente, conta com uma média de 32 horas de aulas individuais, que nos permite chegar a um universo de 35/40 alunos.

Yamaha: Apesar dos constrangimentos originados pela pandemia, foi possível realizar o evento e reunir um número considerável de participantes. A que atribui este sucesso?
Edgar Cantante: Creio que o sucesso do evento deste ano se deve à forma como organizámos a edição do ano passado. Apesar da pandemia, tudo decorreu com a máxima segurança. Os alunos participantes tinham a sua aula presencial com o professor no auditório da Academia, enquanto os restantes participantes tinham a oportunidade de assistir ao evento nas restantes salas. Já os ouvintes tinham acesso ao link da plataforma Youtube através de casa. Desta forma, garantimos todas as normas de segurança.
Relativamente ao evento deste ano, tendo em conta o alívio das medidas de segurança e higiene, tanto eu, como os outros dois professores da nossa classe de clarinete, Adriano Sardinha e Mário Batalha, optámos por organizar um evento presencial na sua totalidade. No entanto, dividimos o Óbidos Clarinete Fest em quatro dias, o que nos permite nunca ter mais do que 15/20 alunos por dia nas nossas instalações.
Quero dirigir uma palavra de gratidão ao diretor da nossa Academia, professor Pedro Filipe, que nos apoia em todas as nossas iniciativas e nos dá carta branca em todos os desafios que lhe propormos, sendo um fator decisivo para a evolução do evento e da nossa classe.

Yamaha: Também foram tidas em conta as adaptações às novas realidades, como se organizaram?
Edgar Cantante: Sendo esta edição presencial, começámos por elaborar horários rigorosos para todo o evento, nomeadamente para as aulas, apresentação dos produtos das diversas marcas, conversas abertas com os professores, apresentação do livro Clarinete.PT do professor Nuno Silva, e também para o seminário online, apresentado pela Yamaha, com o tema Limpeza e manutenção para clarinetes que, certamente, será um sucesso junto de todos ps participantes.
Também temos agendados dois concertos, sendo o primeiro destinado à música de câmara, e o segundo à apresentação do CD Letters from Quarantine para clarinete solo, pelo artista Yamaha, professor e amigo, Rui Travasso, que também já fez parte da nossa classe de professores de clarinete.

Yamaha: Como descreve a nova geração de clarinetistas? Temos o futuro assegurado?
Edgar Cantante: A nova geração tem uma enorme qualidade, pois quando se junta a competência, trabalho, foco, crença e talento, estão reunidos todos os ingredientes para excelentes resultados. E um fator decisivo é, sem dúvida, o trabalho de excelência que as gerações anteriores têm vindo a desenvolver, o que proporciona a lei da duplicação.

Yamaha: Qual o conselho que daria aos jovens que se querem iniciar na música?
Edgar Cantante: Sejam curiosos, desfrutem do instrumento e, acima de tudo, divirtam-se.

Yamaha: Falando de clarinetes, conhece os clarinetes Custom da Yamaha?
Edgar Cantante: Claro que sim. Sempre fui muito curioso no que se refere a clarinetes, daí já ter experimentado diferentes modelos Custom. A experiência mais marcante, e onde me debrucei sobre a esta gama, foi no I Festival de Clarinete do Algarve, onde tive a oportunidade de ouvir e de tocar para os vossos artistas Nicholas Cox e Camilo Irizo, e, por consequência, experimentar vários modelos, em particular o clarinete soprano em Sib o YCL-CSGIII, que gostei bastante e que irei experimentar com mais detalhe.

Yamaha: No que respeita à aprendizagem, motivação e evolução dos jovens estudantes, que importância atribui à qualidade do clarinete que têm disponível para estudar?
Edgar Cantante: Tem de ser um instrumento de fácil emissão (não em demasia), que seja equilibrado tecnicamente e de fácil correção no que diz respeito à afinação. Reunindo estas condições, creio que a motivação é algo que surge naturalmente e os resultados vão aparecendo.

Yamaha: Gostaria de deixar alguma mensagem final?
Edgar Cantante: Acima de tudo que se divirtam e desfrutem da música. Apaixonem-se pelo seu instrumento e não desistam dos vossos sonhos, pois tudo é possível.

EDGAR CANTANTE

Edgar Cantante, Mestre em ensino da música pelo Instituto Piaget – Almada, solista da Banda da Força Aérea Portuguesa, professor de clarinete na Academia de Música de Óbidos e na Academia de Música e Artes da Sapataria e Sobral de Monte Agraço.

Diretor artístico do Óbidos Clarinete Fest, evento que começou há seis anos com uma masterclass e com um único professor, sendo hoje em dia um evento de referência no universo do clarinete em Portugal. Sempre com objetivos bem definidos, tem crescido de forma sustentável, de tal forma que, atualmente, leva a Óbidos, cinco figuras de referência do clarinete, tanto nacionais como internacionais. A edição 2022 conta com a presença de Nuno Silva, Carlos Alves, Luís Gomes, Rui Martins e Rui Travasso.

#2asMaiores

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