Travessias de Eduardo Lopes
Por Eduardo Lopes: A música tem sido posicionada num ponto intermédio entre o mundo físico (com durações temporais e frequências sonoras) e o universo imaterial da imaginação e emoções. Esta ambivalência torna a música um veículo previligiado para a criação de cultura(s) bem como uma linguagem universal e intercultural.
Com a chegada dos navegadores portugueses ao Brasil, iniciou-se um continuo processo de troca, fluxo e hibridização musical entre culturas nativas e europeias, africanas e da américa do sul, que faz com que hoje em dia certa música reconhecida originária de uma certa cultura específica tenha possilvelmente a sua génese dispersa nesta triangulação.
A nível global, o Jazz e inerente liberdade que a improvisação fomenta, tem-se defenido como um género excecional para a hibridização e comunicação musical entre culturas – também muito praticado por músicos e largo espectro estilístico.
A inspiração para Travessias surgiu no ano de 2017 em que lecionei na Escola de Música e Arters Cénicas da Universidade de Goiás no Brasil, tendo sido exposto “in loco” à música popular brasileira; ao interesse que o jazz desperta nas novas gerações de músicos brasileiros; e a inevitável influência que a cultura portuguesa teve (e tem) no Brasil.
Numa perspectiva de investigação artística, Travessias procurou criar e avaliar uma continuação e possível hibridização de música luso-brasileira, que através do globalizante fio condutor da improvisação, funde diferentes pronúncias e composições originais de músicos portugueses e brasileiros.
TRAVESSIAS – Músicos Convidados BR> Elisa Rodrigues – Voz BR> Constança Ochoa - Voz BR> Maninho – Voz BR> BR> Gonçalo Marques – Trompete e fliscorne BR> Paulo Gaspar – Clarinete e Clarinete baixo BR> Mário Marques – Saxofones Alto e Soprano BR> Fabiano ChagaS – Voz e Guitarras Acústica e Elétrica BR> Daniel Bernardes – Piano BR> Pedro Pinto – Contrabaixo Eduardo Lopes – Bateria
O Eduardo Lopes é artista Yamaha e docente na Universidade de Évora.