2as Maiores – à conversa com Gonçalo Santuns

A música é bastante poderosa na vida de um músico, porque consegue ultrapassar o lado profissional e ocupa um lugar de paixão...

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… enfim, é uma gestão bem difícil, mas esquecemos tudo isso quando estamos aquela hora a tocar para alguém que nos está a ouvir e apreciar, é a melhor sensação do mundo!

Yamaha: Como foi o teu primeiro contacto com a música?
Gonçalo Santuns: Desde que me conheço, sempre me vi envolvido pela música. Na minha casa sempre se ouviu música, devido ao meu pai também ser músico e tocar regularmente numa igreja evangélica, sempre me conheci com uma grande ligação à música pois regularmente tinha acesso a ela. Cresci também a ouvir a música que o meu irmão ouvia, que também é músico, então acabámos por crescer com os mesmos alicerces musicais, até porque na altura não havia Internet nem Youtube para cada um pesquisar o seu gosto pessoal, sempre que tínhamos acesso a algo novo, era consumido até à exaustão, e fez de nós peritos em aguardar na Rádio pela música que queríamos gravar em K7…

Yamaha: Quais são as tuas maiores influências na música?
Gonçalo Santuns: Eu não tenho aquela grande referência que fez de mim começar a tocar, ou a querer ser igual a … Considero-me uma pessoa eclética quanto à música, acabo por ter várias referências em áreas distintas. Comecei muito cedo a beber do Blues com os clássicos John Lee Hooker, Eric Clapton, B.B King, Muddy Waters, na altura lembro-me também de ouvir Queen, Dire Straits... mas curiosamente nunca numa ligação aos bateristas, mas sim à música pela canção… Quando começo a estar mais atento à musicalidade da bateria lembro-me de seguir o trabalho de Carter Beauford, Steve Gadd, Dennis Chambers, Jojo Mayer, Vinnie Colaiuta, Dave Weckl, aqueles clássicos da altura… Depois acabo por acompanhar vários estilos musicais, como o Gospel, que é uma grande referência para mim, não como é visto hoje cheio de virtuosismo, mas sim pelo peso emocional que carrega, é uma música muito intensa, entro também pelos lados do Soul, MPB, Funk, ouvi mesmo um pouco de tudo.

Yamaha: Que importância tem a música na tua vida?
Gonçalo Santuns: Passados estes anos, que já são alguns, e se analisar o tempo consumido em tudo aquilo que faço, vejo que a música tem um lugar bastante preponderante, porque na verdade nós conseguimos analisar a importância de uma determinada coisa pelo tempo que dedicamos a ela, e é assustador pensar que tenho anos de vida amealhados a ouvir, a tocar, e ensinar música. Inevitavelmente a música é bastante poderosa na vida de um músico, porque consegue ultrapassar o lado profissional e ocupa um lugar de paixão, que muitas vezes é difícil de gerir, e faz-nos muitas vezes afastarmo-nos fisicamente das pessoas que mais amamos porque vamos felizes da vida poder tocar e mostrar aquilo que estudámos durante anos. Fez-me na adolescência estar agarrado 8 horas por dia a tocar, enquanto era suposto talvez ir comer gelados e jogar à bola. Hoje em dia faz-me ir dormir fora de casa muitas vezes, faz-me acabar de ser pai e ir a correr tocar para o Algarve… enfim, é uma gestão bem difícil, mas esquecemos tudo isso quando estamos aquela hora a tocar para alguém que nos está a ouvir e apreciar, é a melhor sensação do mundo!

Yamaha: Fala-nos um pouco dos teus projetos atuais?
Gonçalo Santuns: É complicado falar em nomes pois é sempre injusto não referenciar todos os projetos onde estou envolvido por esquecimento, mas sintetizando posso referenciar a Selma Uamusse que é o projecto que mais estou comprometido, pois embora não deixe de ser um músico que acompanha a Selma, acaba por ser também um projeto meu pois componho e dedico tempo a construir todo o conceito e linguagem. Acabámos de gravar o nosso primeiro álbum, e temos tido muito boa aceitação tanto nacional como internacionalmente, acho que ainda se vai ouvir falar muito da Selma. Trabalho também regularmente, há uns anos, com a Rita Guerra, que me fez crescer bastante, e sentir o peso de acompanhar um artista que é uma referência, pois é inegável o seu talento. Faço também parte da equipa que acompanha o Pedro Vaz no lançamento do seu novo disco “ Manual de Canções”, tenho também um projeto de originais de músicas para danças tradicionais europeias que se chama “ uma coisa em forma de assim” e à parte destes meus projetos, faço muito trabalho enquanto freelancer a fazer substituições para outros artistas. Tenho tido também procura para gravar e produzir no meu estúdio, que é sempre óptimo, um trabalho que gosto muito de fazer.

Yamaha: Podes falar-nos um pouco sobre o material que estás a usar e porque escolheste Yamaha?
Gonçalo Santuns: O porquê de escolher Yamaha é um pouco o ir atrás das referências que temos no ouvido, aquele som que nos habituámos a ouvir, não é por acaso por exemplo que a bateria Yamaha 9000 foi a bateria mais gravada de sempre, é inegável a qualidade e o empenho que a Yamaha revela em cada produto, mesmo fugindo da linha de topo, a Yamaha tem sempre um compromisso de preço/qualidade que nunca desilude, para não falar da durabilidade, que é um factor que eu acho incrível. Mais regularmente uso a minha Yamaha Maple Custom Absolute, e é uma bateria incrível, todas as peças são equilibradas, a afinação é muito estável, e consigo ter uma bateria bastante versátil para qualquer tipo de afinação tanto para concertos ao vivo como para estúdio. Já passei por ocasiões de muitas mudanças de temperaturas e nunca me desiludiu.

Yamaha: Alguma mensagem final os jovens músicos?
Gonçalo Santuns: Muitas vezes deparo-me com jovens desiludidos, quer em aulas ou em conversas casuais, por não conseguirem terem tempo para se dedicar a um instrumento de uma forma mais séria e profissional, e o meu conselho é que a música não serve só para pagar as contas, ou para viver num lado sério, saber tocar um instrumento é um meio de comunicação como outro qualquer, que serve para socializar, serve para descontrair, tem um lado lúdico, e vão existir mil e uma oportunidades onde tocar um instrumento vai fazer todo o sentido… Não desistas de aprender um instrumento só porque não vais ser tão bom o suficiente para "viver disto”, mas pega na oportunidade de aprender um instrumento e que em primeiro lugar te vai mostrar o quanto és capaz de evoluir, e teres a incrível sensação de ultrapassar dificuldade a dificuldade, passo a passo até chegares ao ponto de te sentires à vontade para exprimires o que vai dentro de ti através de um instrumento. E para aqueles que querem levar a música mais a sério, é 90% de trabalho e 10% de talento, acho que este frase diz tudo! Não desistas e não baixes a guarda, para que quando as oportunidades cheguem as possamos agarrar e não as desperdiçar.

Gonçalo Santuns utiliza:

  • Bateria Yamaha Maple Custom Absolute
  • Bateria Yamaha Jr. Kit Manu Katché
  • Tarola de assinatura Yamaha Akira Jimbo
  • Bateria electrónica (PAD) Yamaha DTX Multi12
  • Bateria electrónica DTX-430
  • Módulo eletroacústico Yamaha EAD-10
  • Estojos de bateria Protection Racket
  • Baixo Yamaha BBP34
  • Guitarra E.A. nylon Yamaha NTX900FM
  • Guitarra E.A. folk Yamaha LL6
  • Colunas amplificadas Yamaha DXR-12
  • Subgraves amplificados Yamaha DXS-18
  • Monitores de estúdio Yamaha HS-7

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