2as Maiores – à conversa com Virginia Figueiredo

Nós fazemos a nossa carreira e podemos "desenhá-la" da forma que quisermos.

Yamaha: Como foi o teu primeiro contacto com a música?
Virginia Figueiredo: O meu primeiro contacto foi bastante cedo. Lembro-me de os meus irmãos tocarem discos LP de música clássica para me adormecer quando eu era ainda bebé. A aprendizagem de música começou através de uma banda local onde cresci - a Banda Filarmónica de Ançã. Aprendi música através da banda e fiz parte da banda durante cerca de 10 anos.

Yamaha: Quais são as tuas maiores influências na música?
Virginia Figueiredo: A maior influência é a ópera! Já toco há cerca de 10 anos com uma companhia de ópera em Los Angeles, a Pacific Opera Project, e tem sido uma experiência muito enriquecedora. Muita aprendizagem nestes 10 anos. A maneira como os cantores estruturam as frases musicais soa sempre muito intuitiva e natural, e é algo que eu pessoalmente tento sempre alcançar. Tenho uma preocupação muito grande em ser sempre musical, independentemente da música que toco, e uso sempre a voz humana e o fraseado dos cantores como linha de inspiração para as minhas interpretações. No fundo todos os instrumentistas procuram uma forma de “cantar” com o seu instrumento musical.
Mais especificamente, a música de Bach, Mozart e Debussy são para mim referências também em relação a estrutura e organização de ideias musicais (Bach), simplicidade e beleza na comunicação dessas ideias (Mozart), e exploração tímbrica ou das diferentes cores do som como forma de expressão (Debussy).

Yamaha: Qual foi o professor que mais te influenciou, há algum conselho ou conhecimento que continuas a transmitir?
Virginia Figueiredo: Não tenho uma pessoa em particular. Todos os professores com quem trabalhei são uma fonte constante de inspiração para mim e todas as ideias que me transmitiram são ideias que eu uso frequentemente em performance ou quando trabalho com os meus alunos. De forma geral, uma das melhores ideias que me transmitiram é que não há apenas um caminho ou uma maneira de se fazer as coisas. Eles são todos tão diferentes e com carreiras tão distintas e bem-sucedidas que são realmente um exemplo de como nos podemos talhar o nosso próprio caminho e não precisamos de imitar ninguém ou tentar fazer as coisas como sempre foram feitas por outros indivíduos. Na verdade, há muito valor em se ser único e tentar seguir o seu próprio caminho, o que penso que faço hoje em dia, em que consigo ter uma carreira bastante eclética.

Yamaha: Que importância tem a música na tua vida?
Virginia Figueiredo: A música é a minha vida e a minha vida e a mÚsica. Tudo o que eu faço e de alguma forma ligado a música ou resulta em inspiração para o meu trabalho musical. Nos momentos mais felizes e nos menos felizes há uma constante na minha vida, sempre houve, e essa constante e a música, independentemente de tudo o que existe a volta.

Yamaha: Fala-nos um pouco dos teus projetos atuais?
Virginia Figueiredo: Neste momento estou muitíssimo ocupada a dar aulas em seis universidades!! Na área de Los Angeles e numa organização local, baseada no El Sistema da Venezuela, que funciona como um conservatório. Ao lado da minha atividade letiva, toco com uma companhia de ópera local, faço algumas gravações para projetos de TV e/ou filmes, e tenho um Duo com um pianista com quem trabalho chamado Luso-American Duo. Lançamos um novo CD há cerca de ano e meio atrás e neste momento estamos a construir um repertório novo para projetos futuros. Quando a pandemia aconteceu cancelei muitos dos meus projetos, inclusive concertos no México e no Brasil, e neste momento aguardamos que a situação melhore para poder resumir atividades internacionais. Tem sido um período intenso de estudo e exploração musical, a espera que as coisas voltem ao normal. Entretanto a companhia de ópera já voltou a trabalhar o que me mantém bastante ativa musicalmente, a nível local.

Yamaha: Podes falar-nos um pouco sobre o material que estás a usar e porque escolheste Yamaha?
Virginia Figueiredo: Quando se trata de clarinetes e modelos de clarinetes, todas as marcas têm modelos que considero “high end”, mas uma coisa que tem sido difícil de encontrar e a consistência em termos de afinação, que e extremamente importante para mim! Todos os modelos que tenho testado tem um som bonito e boa projeção etc, mas não tem o standard de afinação da Yamaha. Quando faço gravações, se há uma coisa em que não pode haver qualquer compromisso é exatamente a afinação, porque é algo muito difícil de mudar pelos engenheiros de som uma vez a gravação estando feita. Aqui existe tolerância ZERO em relação a tocar desafinado.
Com o modelo Yamaha SE-Artist consigo obter todas as características desejáveis no som (flexibilidade de produzir cores diferentes com o som, projeção fantástica, simplicidade de articulação, som doce, etc), em combinação com um instrumento que e bastante ergonómico, e que tem uma afinação superior! Sem compromissos de afinação e sem comparação com qualquer outro clarinete que experimentei no passado. Já tive a oportunidade de usar os Yamaha em contexto de performance de orquestra e a diferença em termos de blend e afinação com os outros instrumentos é sem paralelo.

Yamaha: Alguma mensagem final para os jovens músicos?
Virginia Figueiredo: Penso que quando se e um jovem músico e importante absorver o máximo de informação e aprender o máximo possível, MAS após algum tempo e quando se sentirem confortáveis com o que aprenderam, e necessário "voarem com as suas próprias asas" ou seja, e necessário criarem a sua própria identidade como músicos e talharem o seu próprio caminho, independentemente de quão diferente esse caminho e de todos os que vieram antes. Não existe apenas um tipo de carreira. Nos fazemos a nossa carreira e podemos "desenhá-la" da forma que quisermos.

#2asMaiores

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