Yamaha Atelier Hamburg
As Novas Caras do Atelier Hamburg
Há alguns meses, tivemos duas novas entradas na equipa do Atelier da Yamaha em Hamburgo: Marlene Leuchtmann e Masafumi Fuke, especialistas em instrumentos de sopro e que vão trabalhar no desenvolvimento de instrumentos, assim como no apoio aos artistas.
Masafumi traz consigo uma grande experiência adquirida no Japão, principalmente na flauta e no oboé. Marlene trabalhou no Atelier como aprendiz durante 4 anos, em estreita colaboração com Isawo Miyachi, antes de subir de posição. Marlene e Masafumi juntaram-se a Jonas, o nosso especialista em saxofone e fagote, para assim completar a nossa equipa de instrumentos de sopro.
Em Janeiro, despedimo-nos de Isawo Miyachi, que regressou ao Japão após 6 anos na Europa. Isawo Miyachi continua a ser uma peça essencial na nossa equipa global de instrumentos de sopro, tendo-se juntado à Secção de Design, onde vai aplicar a valiosa experiência adquirida na Europa no desenvolvimento dos nossos instrumentos de sopro.
Queremos aproveitar esta oportunidade para agradecer e destacar todo o trabalho que Isawo desenvolveu na Europa. Leiam abaixo a entrevista, para conhecerem melhor o percurso e experiência profissional de Marlene e Masafumi, na Yamaha.
Entrevista a Marlene Leuchtmann
Qual é o teu background musical e como é que surgiu o interesse em ser técnica de instrumentos de sopro?
Aprendi a tocar um instrumento ainda muito pequena. Ao crescer, ainda adorava tocar, mas precisava de um instrumento novo, por isso inscrevi-me num workshop para poder comprar um novo clarinete. Fiquei fascinada ao ver os técnicos e o seu trabalho com os músicos e com os instrumentos. Assim, aos 13 anos, decidi que queria seguir esse caminho profissional.
Foi com este pensamento que segui estudos musicais na escola secundária, depois fiz vários workshops, nos quais trabalhei como estagiária, com o objetivo de encontrar o melhor local para a minha formação. O último workshop que fiz foi o da Yamaha, em Hamburgo, e percebi que seria “o meu local”. Esta é a minha paixão e desde que comecei a trabalhar na Yamaha, em 2016, que tenho estado totalmente focada nesta profissão, todos os dias da minha vida!
Depois de fazeres os ajustes necessários a um instrumento, qual é o sentimento que surge antes mesmo de o ouvires pela primeira vez?
O momento antes de um artista começar a tocar continua a ser um pouco assustador. Tentas lembrar-te de todos os passos e de todas as pequenas alterações que fizeste ao instrumento. E mesmo que sejas muito experiente e saibas que fizeste bem todos os ajustes, naquele segundo antes da reprodução das primeiras notas, o coração fica a bater bem depressa.
Há algo especial que tenhas aprendido durante o tempo passado com Isawo, de volta dos clarinetes?
O Isawo foi o meu professor e o meu mentor. Ensinou-me tudo o que podia num curto espaço de tempo. Viajámos, visitámos músicos e efetuámos reparações e modificações em conjunto. Durante algumas semanas, passámos mais tempo juntos do que com a nossa própria família. E valeu muito a pena.
Quando teve de regressar, eu já tinha aprendido tudo sobre o que ele tinha feito para os nossos artistas. O Isawo basicamente ensinou-me tudo o que há para saber sobre clarinetes. Sei que muitos de vocês têm saudades do Isawo, tanto da pessoa como do técnico... tal como eu. Vou dar o meu melhor para o representar bem e espero que o meu trabalho enquanto técnico seja igualmente valioso.
Quais são os teus projetos atuais?
Atualmente, as minhas experiências são ao nível dos corpos dos instrumentos.Tento utilizar novos materiais, como fibra de carbono, com diferentes metais, para criar diferentes sons e formas de reação e projeção. Mas mantenho sempre a mente aberta e estou interessada em desenvolver diferentes modificações para os nossos artistas. Se tens uma ideia acerca de uma modificação do teu instrumento, vamos trabalhar em conjunto e havemos de encontrar uma forma de funcionar! Por isso, não hesites em contactar-me.
Entrevista a Masafumi Fuke
Qual é o teu background musical e como é que surgiu o interesse em ser técnico de instrumentos de sopro?
Como a minha mãe era professora de música numa escola secundária, comecei a tocar instrumentos de forma natural, nomeadamente o piano e a flauta. Depois tive aulas com um flautista, que era bastante apaixonado por flautas, e me mostrou a sua coleção. Acho que tive um “clique”, foi um momento decisivo que me fez querer trabalhar com flautas. Felizmente, consegui entrar no programa de estagiários da Yamaha, na secção de design de instrumentos de sopro – que era o meu objetivo.
Depois de fazeres os ajustes necessários a um instrumento, qual é o sentimento que surge antes mesmo de o ouvires pela primeira vez?
Sempre que faço alterações a um instrumento e oiço o seu som, sinto borboletas no estômago. Uma alteração pode gerar resultados diferentes, depende de cada artista, porque os instrumentos de sopro têm uma resposta muito forte ao toque do músico. O som resulta desta interação entre músico e instrumento! É um trabalho muito difícil, mas igualmente interessante. De certa forma, os instrumentos de sopro são muito semelhantes aos seres humanos.
Depois de viveres em Hamburgo há 8 meses, já tens um local favorito?
Gosto de ir até ao Stadt Park, para refrescar a mente com ar fresco e natureza. Apesar de Hamburgo ser uma cidade muito grande, tem imensos espaços verdes. E a par de outras cidades europeias, é possível apreciar muita arquitectura tradicional. As cidades japonesas estão muito modernizadas, e há menos design tradicional, pois já tivemos vários desastres e houve que reconstruir as cidades várias vezes. Claro que adoro o Japão, mas estou satisfeito com a minha vida em Hamburgo, rodeado por todo este ambiente.