Trabalhar a partir de casa #Teletrabalho .6

Entrevistas: executivo dos Recursos Humanos sobre o apoio que as empresas devem providenciar para trabalhar a partir de casa

De acordo com as novas alterações aplicadas pelas organizações e instituições de educação, devido à recente situação, os líderes de recursos humanos de todo o mundo estão a partilhar diretrizes que ajudem a salvaguardar os colaboradores, assim como a apresentar perceções/perspetivas sobre o novo “normal”.

A Yamaha conversou com um veterano dos RH que soma mais de 20 anos de experiência em múltiplas indústrias, incluindo: tecnologia, finanças, farmacêutica e ecommerce. O tema principal? Como podem os empregadores garantir sucesso e produtividade durante estes tempos (e mais além) ao equiparem os seus gestores e equipas com as melhores perspetivas, informações e ferramentas.

Aqui está uma transcrição da entrevista, realizada no dia 18 de março de 2020:

Como devem as entidades empregadoras ou gestores determinar que equipamentos são essenciais para si e para as suas equipas para trabalhar em casa ?

- Como devem as entidades empregadoras ou gestores determinar que equipamentos são essenciais para si e para as suas equipas para trabalhar em casa ?

- A rede de internet na casa do colaborador é segura (protegida por palavra-passe)? Especialmente se estão a trabalhar em informações exclusivas que podem ser acedidas pelo vizinho que está a utilizar a internet por “empréstimo”.

- O equipamento necessário deve ser determinado de acordo com o trabalho desenvolvido pelo colaborador. Nem todos os colaboradores necessitam das mesmas ferramentas. Falam com clientes frequentemente? Necessitam de ser os hosts de chamadas em conferência ou videoconferências, necessitando assim de um bom sistema de som e microfone, tal como de bom vídeo? Estas informações vão determinar as ferramentas necessárias.

- Todos os colaboradores têm uma linha de conferência dedicada, gratuita, que podem utilizar para as suas chamadas/reuniões? Ou a equipa partilha uma? Não há nada pior do que começar uma chamada e descobrir que já existe outra reunião a decorrer na mesma linha.

- Os recursos e o orçamento da empresa são fatores determinantes. É uma grande empresa que tem a possibilidade de comprar equipamento adicional (speakerphones, etc.) para colaboradores, ou vai utilizar os seus próprios recursos?

O que devem promover ou sugerir a entidade empregadora durante esta mudança para o Teletrabalho, partindo do princípio que muitas empresas não estavam preparadas?

- Dependendo do trabalho, o gerente pode necessitar de comunicar ou reafirmar as horas de trabalho expectáveis (por exemplo, as horas de trabalho fundamentais para interação com clientes e colegas).

- Se existem expectativas para que estejam disponíveis por telemóvel e on-line, é essencial garantir que essa informação é comunicada. Por exemplo, alguns colaboradores esquecem-se de verificar as suas mensagens de voicemail do escritório, até entrarem no escritório.

Qual a forma de monitorização mais correta por parte dos gestores? Exigir vídeo é bom ou invasivo? Qual é a melhor prática?

- O vídeo obrigatório é invasivo.

- Pode existir um website de equipa ou um SharePoint onde os colaboradores “iniciam sessão” quando estão a trabalhar e “terminam sessão” quando estão em pausa ou terminaram o dia. Depende definitivamente da posição, do trabalho a ser desenvolvido, etc.

O que devem as equipas pensar a longo prazo? Quando voltarem ao trabalho?

- Acredito que têm de pensar sobre trabalhar remotamente durante um longo período de tempo.

- Se isto durar vários meses, a atual solução “temporária” pode não funcionar a longo prazo.

- Os colaboradores podem necessitar de alugar ou investir nas ferramentas/tecnologias mais adequadas para o teletrabalho, de modo a garantir a perfeição do trabalho e consequente satisfação dos clientes.

Os trabalhadores remotos querem sentir que “pertencem” à empresa… que a empresa dá valor ao seu trabalho… qual é a melhor resposta por parte das equipas/gerentes?

- Fazer um “check in” com a equipa todas as semanas

- Fazer uma chamada virtual diária onde a equipa recebe diretrizes importantes e mensagens fundamentais do gestor sobre projetos prioritários

- Partilhar as melhores práticas e ferramentas mais adequadas (Zoom, Microsoft Teams, etc.)

O afastamento dos colaboradores dos escritórios e locais de trabalho vai certamente prejudicar muitas organizações. Medidas vagas e procedimentos de curta duração não são suficientes. Respostas para toda a empresa, apoio e investimento diretamente do topo irão revelar-se benéficos tanto para pequenas como grandes equipas.

Estamos em território desconhecido para muitos mas, no mínimo, os empregadores devem pedir ajuda aos colaboradores na identificação de ferramentas/recursos necessários para melhorar a produtividade e o conforto.

Se os colaboradores sentirem que os seus empregadores se preocupam genuinamente com o seu bem-estar e necessidades pessoais durante tempos como este, o resultado será sempre positivo para o empregador — em muitos casos, melhorando a retenção e a produtividade.