Entrevista com Tiger Okoshi

Estivemos à conversa com o trompetista de jazz e fusão, e artista Yamaha, Tiger Okoshi, que nos falou sobre estado atual do jazz e partilhou também alguns truques e segredos do seu som.

Tendo já tocado com alguns dos maiores nomes do jazz, Tiger Okoshi goza uma de uma excelente reputação no mundo do trompete. Líder do grupo “'Tiger's Baku” e professor na Berklee College, Tiger Okoshi assistiu uma mudança radical na cena do jazz nas últimas décadas. Sobre o que mais o motiva no jazz moderno, Tiger Okoshi afirma:

“O jazz espalhou-se por todo o mundo. Novos e inovadores artistas de jazz estão a criar novos vocabulários musicais para ligar o mundo. Para mim, o jazz está a tornar-se numa árvore que produz frutos diferentes em cada ramo. Quero dizer, são muitos os jovens músicos em todo o mundo, independentemente do estilo de música, rock, pop, rap que estão abertos a novas experiências e como resultado, há improvisação na música. Consigo sentir a mesma energia que o jazz sempre teve. Para mim, isto é óbvio na cena musical escandinava e do médio oriente aonde o espírito do jazz esteve sempre presenta na cultura e tradição artística.”

À medida que o jazz evolui, mais são os músicos que querem tocar e dominar o estilo. Com base na perspetiva de Tiger Okoshi, nunca foi tão fácil progredir como músico de jazz, muito graças ao surgimento dos serviços de streaming. Para os músicos que pretendem progredir e desenvolver as suas capacidades como músico, Tiger Okoshi recomenda:

“Pesquise e procure músicas que o inspirem, depois gaste o tempo necessário a ouvi-las. Ouvir vem primeiro. Simultaneamente é necessário ter um bom conhecimento sobre o instrumento e trabalhar com professores inspiradores. Seja qual for o seu nível, toque e interaja com outros músicos, procure tirar o maior partido e divertir-se”.

Claro, que é muito importante encontrar a sua própria voz no instrumento. O som é que vai determinar a sua personalidade musical e é algo que o Tiger Okoshi encontrou no trompete:

O Louis Armstrong tinha um som de trompete brilhante. Parecia a celebração de um futuro em perspetiva. Hoje em dia, as pessoas tendem a gostar mais de um som mais escuro, por assim dizer. Alguns dos trompetes mais escuros perdem o brilho e a clareza que caracterizam os meus Yamaha. A minha conceção é que o meu corpo e a minha mente são o instrumento e eu tenho que o saber tocar. Depois o instrumento saberá o som que eu procuro. Cada instrumento reage de forma diferente dependendo de quem o está a tocar.”

Então como é que o Tiger Okoshi descreve a sua forma de tocar trompete? “O trompete é o meu pincel e eu pinto o ar com todas as notas”

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