2as Maiores – à conversa com André Fernandes
Não Restam dúvidas que a música de André Fernandes veio para ficar.
Se há́ uma característica que mais define a música de André́ Fernandes é a sua capacidade – e o muito evidente gosto – em pegar nas formas convencionais do jazz (ou dos “jazzes”, porque são várias as correntes sintetizadas no vocabulário que utiliza, fusão jazz-rock incluída) e torná-las suas. Isso acontece tanto no estilo guitarrístico que estabeleceu, colorido e langoroso, como também nas suas composições: podemos reconhecer as formas e as ambiências, mas é isso precisamente que ilumina a maneira diferenciada como as entende. Fernandes é a prova de que, para haver bom jazz, não basta ter domínio técnico da linguagem: é preciso dar personalidade às combinações sonoras.
YAMAHA: Como foi o teu primeiro contacto com a música?
ANDRÉ FERNANDES: Sempre fui exposto a muita música em casa através do meu pai que tinha sempre jazz, música brasileira, ou bandas como os Beatles, Chicago, Blood Sweat and Tears, ou Stevie Wonder a tocar, e também do meu irmão, 6 anos mais velho que ouvia muita música da altura. O meu pai também tocava piano como hobby, e isso sempre tornou a música em algo normal e familiar.
YAMAHA: Quais são as tuas maiores influências na música?
ANDRÉ FERNANDES: É difícil dizer porque são muito dispares, e ecléticas, mas, deixando muita coisa de fora, poderia dizer algo tão vasto quanto Bill Evans, Kurt Cobain, Bartók, Stravinsky, Jimi Hendrix, PJ Harvey, Bill Frisell, John Scofield e Lemmy.
YAMAHA: Que importância tem a música na tua vida?
ANDRÉ FERNANDES: É o que eu sou. Não consigo distinguir a minha pessoa daquilo que faço enquanto músico e daquilo que sinto em relação à música que me toca, por isso é como perguntar que importância têm os meus pulmões na minha vida. Tudo o que faço está ligado à música de alguma forma, é o que sei fazer, e é onde me sinto confortável.
YAMAHA: Fala-nos um pouco dos teus projetos atuais?
ANDRÉ FERNANDES: Neste momento tenho dois projetos meus ativos, um na área do jazz, outro do rock. Os SPiLL são uma banda de rock cujo álbum de estreia "What Would You Say?" saiu pela Blitz/Sony este ano, e estamos a planear coisas para 2018. Centauri é o meu novo grupo de música mais improvisada, e o novo álbum está agora a ser misturado, devendo sair em inicio de 2018. Para além disto toco com vários grupos como sideman, Teun Verbruggen Group na Bélgica, Lithium na Finlandia, Amplectors em Portugal, assim como vários programas com a Orquestra Jazz de Matosinhos.
YAMAHA: Podes falar-nos um pouco sobre o material que estás a usar e porque escolheste Yamaha?
ANDRÉ FERNANDES: A SA2000 é uma incrível guitarra semi-hollow. Muito bem construída, super equilibrada e com um timbre incrível para o tipo de jazz que toco por ser também muito versátil.
A Revstar é uma espécie de guitarra de rock para todo o serviço. Muito simples, mas consistente, com um timbre tanto quente quanto sujo, e também bem versátil com o sistema de high pass incorporado. Ando de olho numa 502! Vamos ver. :)
YAMAHA: Alguma mensagem final para os jovens músicos?
ANDRÉ FERNANDES: Trabalho, consistência no que se faz, amor pelo que se faz, e honestidade no que se faz é para mim o essencial. Acho que se verdadeiramente se for fiel a estes valores, só pode correr bem. Isso e tocar bem alto!
André Fernandes utiliza:
- Guitarra Yamaha SA-2200
- Guitarra Yamaha Revstar RS-420
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